Havia um passarinho no ninho,
Esperando sua mãe sabiá,
Ficava ali sempre quietinho,
A espera de sua mãe para se alimentar.
Passarinho cresceu,
Precisava voar,
Não quis suas asas bater, sozinho.
Pediu sua mãe pra lhe ensinar.
Voa voa passarinho!
Voa voa meu querido!
Tão mimado passarinho,
Não quis crescer, caiu ferido...
Eu caio e ralo o joelho,
Choro de desespero,
Eu me sujo e toco o tambor.
Eu quebro os copos no espelho,
Me corto e faço desejos de amor e de dor.
Eu rogo a Nossa Senhora, que no fim da história,
Não exista de certo ainda o fim.
Eu canto, eu suspiro lá fora,
Eu imagino o som da viola,
Ou quem sabe, o coelho na cartola,
Pra salvar o meu dia ruim...
Eu tenho os olhos borrados,
A pele riscada,
O cabelo embolado...
Eu tenho o desejo embutido,
De nunca ter caído,
De não se machucar.
Ouçam bem meus amigos,
Meus ombros não estão caídos,
Pois bem eu sei o meu lema:
Cair, se ferir, levantar.